quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Pais e Filhos.



"Ensina a criança no caminho que deve andar, e ainda quando for velha,  não se desviará dele." Provérbios 22:6.

Diante de dias hedônicos, homens e mulheres constituem lares para si e por si. Esquecendo-se da verdadeira razão para a construção de uma família. O motivo é uma obediência a Deus irrestrita, que coloca nossos valores humanos corruptos, diante da Sua Santidade absoluta.

Geramos então uma relação matrimonial com frutos (filhos) que deveriam ser criados conforme as ordens Divina para a educação. Mas, ao invés disso, optamos por uma criação sem planejamento, sem princípios e sem maturidade na fé Cristã. Sendo assim o que temos é um lar fragilizado pelo pragmatismo, seduzido e alicerçado em relação ao prazer e ao desejo (hedônica).

O texto de provérbios nos coloca diante de valores que não podemos deixar de fora na relação pais e filhos. Ou somos uma família que guia a educação dos filhos nos princípios de Deus ou a frustração na relação será decorrente de tal omissão.

Quero aqui destacar dois conflitos quando não praticamos os princípios das escrituras.

1. Princípio na correção, mas, não na criação.

Este erro é o mais comum diante de um cristianismo pragmático. Evocamos o direito de corrigir e para tal mencionamos textos que nos confortam o coração na hora da exortação e disciplina, mas, não criamos os filhos conforme estes mesmos princípios.

Acabamos então ferindo o que o próprio Deus nos ordenou, "Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te." Deuteronômio 6: 6-7. Ferimos por causa de nossa vida relapsa em viver tais princípios e ferimos ao não ensinar de forma sistemática, contínua e intencional aos nosso filhos.

Não somos chamados para disciplinar os nossos filhos pelas escrituras sem que estes princípios tenham sido claramente ensinado a eles. O erro nessa tarefa se dá por causa de nossos valores que utilizam coisas e pessoas que sirvam aos nossos interesses. E fazemos a mesma coisa com a palavra de Deus. A utilizamos não quando um de seus princípios são feridos e sim quando o nosso ego ou a nossa imagem é ferida. Não criamos nossos filhos para a compreensão da honra e sim para que façam a nossa vontade. Confundimos autoridade paterna e materna com autoritarismo.

A nossa vida com Deus e com sua palavra será a primeira carta que nossos filhos irão ler, e conforme o modelo que irão viver. Muito do que eles fazem é parte de uma rebelião contra Deus e sua palavra, outra parte é contra a autoridade dos pais e isto deve ser tratado a luz das escrituras para que a correção possa trazê-lo de volta a sensatez.

2. Caminhar com, ensinar no.

A outra falha acontece quando não entendemos a importância de ensinar no caminho. Isso implica em algumas etapas que precedem qualquer disciplina desmedida. No processo de criação é necessário gastar tempo para caminhar com o filho. Normalmente criamos nossos filhos para caminhar sozinhos em um processo maligno de autonomia precoce. Devemos nos lembrar que os filhos aprendem conosco durante a caminhada. Não devemos deixar nossos filhos ausentes de nossa presença, de nossa participação em sua vida e nem da participação dele em nossas vidas. É com o pai que o filho ou filha irá aprender como respeitar e amar a mãe. Verá seu comportamento ético para com os negócios. Presenciará sua vida devocional de amor e relacionamento com Deus.

Ensinar no, significa que a caminhada é proposital e trará a luz erros do filho e dos pais, mas no processo de ensino o filho verá quais são os referenciais de vida que guiam seus pais. O que os leva ao arrependimento e como eles lidam com as seduções e tentações do maligno. A caminhada não pode estar isolada do ensino. Os pais devem sempre atentar para o ensino onde se mostra como fazer, depois, supervisionar o filho em um processo de autonomia progressiva e por fim dar a ele a responsabilidade de caminhar com os princípios aprendidos. Mostre ao filho que a autonomia dos pais não lhe dá o direito a quebrar os valores de Deus, pois, diante de Deus e de sua palavra a nossa atitude nunca deve ser de autonomia e sim de subordinação.

Conclusão.


Nós como pais nunca seremos o padrão de perfeição e sim refletiremos uma vida de obediência e relacionamento com Deus, onde os padrões divinos são o alvo e o arrependimento uma constante na vida daquele que entende seus pecados diante da santidade de Deus. Quando criamos nossos filhos nessa relação conosco e com Deus, os ensinaremos a amor o Evangelho, a viver para a glória de Deus. Todos os problemas provocados e vivenciados nesta relação devem ser confessados e restaurados. Nunca omitam de seu filho os valores de Deus, o que Deus pensa o que Deus diz. Ainda que ele venha a se rebelar contra esses valores, não omita nenhuma vírgula do que Deus tem como princípio.


terça-feira, 8 de novembro de 2016

Valorizando Nossa Família.





Neste breve comentário iremos refletir sobre a família que Deus nos deu. Por mais estranho que possa parecer para alguns, somos destinados a nossa família por força e vontade divina. O acaso não tem nenhuma participação nisto. Nossa parentela, pai, mãe e irmãos foi então determinado pelos ricos propósitos do Senhor. Que propósitos são estes? Primeiro, devemos reconhecer que o Senhor tem propósito em todos os seus designos. Segundo, as nossas vivências e convivências não são determinações do tempo e sim fruto do que Deus planejou. 

Talvez você tenha nascido em um lar onde a iniquidade de seus pais trouxeram muio sofrimento. Outros nascem em um aparente "lar perfeito", onde pai, mãe e irmãos possuem todos os suprimentos materiais. Alguns ao nascerem são abandonados por seus pais e adotados por outros que substituem a família original, enquanto que outros nem sabe o que é ser adotado e vivem de acolhimento das casas ou abrigos infantis. Em tudo isto nós devemos dar graças ao bom Deus e nunca duvidar de seu amor e cuidado. Segundo a palavra devemos "honra" aos nossos pais. Não importa quem eles são ou o que fazem.

Ficará muito mais fácil a vida familiar se seguirmos cinco passos básicos: 1. Ame com coração perdoador; 2. Dedique-se a construir diálogos; 3. Pratique o acolhimento e as palavras doces; 4. Tome a iniciativa de buscar a Deus por ti e por seu lar e 5. Lembre-se de avaliar primeiro a si mesmo a luz do testemunho Cristão.


segunda-feira, 7 de novembro de 2016

A Importância do Casamento Para Deus.

ALIANÇA

A aliança é o símbolo conjugal mais antigo e universal que nós temos em relação ao casamento. Este costume surgiu com os povos antigos que primeiramente quebravam uma moeda ao meio onde cada cônjuge ficava com uma parte da moeda como sinal de compromisso. Posteriormente, os romanos e os gregos começaram a usar a aliança, um anel, como a que se conhece hoje.

Uma curiosidade interessante acerca destes povos é que eles usavam a aliança na mão esquerda, que por considerá-la inferior, (quase todos eram destros), era como um sinal de submissão e obediência. E usavam no dedo anular, porque criam que ele possuía uma pequena artéria que era ligada ao coração, fazendo deste o dedo mais apropriado para ostentar um compromisso de amor.

Entretanto, a aliança que queremos abordar não é apenas este símbolo de metal que se carrega nos dedos, mas o conceito bíblico de casamento, que é o de aliança irrevogável, o acordo mais íntimo, profundo e duradouro que a humanidade já conheceu.

Na Bíblia existem muitos exemplos de alianças de Deus, como a aliança Edênica (Gn.1:26-28); a aliança com Adão (Gn. 3:15), a aliança com Noé ( Gn. 6: 5-9); a aliança com Abraão (Gn. 15: 4-18); a aliança com Moisés (Ex. 19: 5-25); a aliança da Palestina (Dt. 8, 28-30); a aliança com Davi (II Sm. 7: 5-16); e principalmente a nova aliança feita por Jesus (Jr.31:31-34; Mt. 26:28), quando Ele tomou sobre si a punição pela quebra da aliança do homem, e atribuiu aos seus escolhidos um compromisso de aliança irrevogável e indissolúvel. Este conceito é também defendido por Graig Hill, que distingue aliança de contrato:

“O conceito de aliança, portanto, é um compromisso unilateral, irrevogável, indissolúvel, válido pelo menos até a morte. A aliança não depende do desempenho de nenhuma das partes (...). Um contrato é um acordo bilateral entre duas pessoas, totalmente dependente do desempenho do acordo.” [1]

Isto significa que na aliança, mesmo que uma das partes falhe, a aliança não é interrompida. Isto não acontece com o contrato, pois se uma parte falha, a outra não tem nenhuma  obrigação de cumprir seu compromisso pelos próprios termos do contrato.

A Bíblia denomina o casamento como um relacionamento de aliança, como está escrito em Malaquias 2: 14a “ Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade.”

Quando as pessoas se casam, elas entram no sistema criado por Deus que é o casamento (aliança), independentemente de onde foi realizada a cerimônia (nas  diversas religiões ou se houve ou não cerimônia religiosa). Quando duas pessoas passam a coabitarem entram no sistema de Deus que é o casamento, ainda que Deus não tenha sido o motivo central dessa aliança e nem seus princípios obedecidos pelos cônjuges. A própria cerimônia é expressa por promessas de compromissos feitas um ao outro; com palavra que incluem: amor, honra, devoção, cuidado e submissão. E também por termos como: na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, na alegria ou na dor, sendo que a duração desta aliança é até que a morte os separe.

Essas promessas podem ser definidas como votos. E a Bíblia é bem clara a respeito de se fazer votos: “Melhor é que não votes do que votes e não cumpras” (Ec. 5:5). Lee e Peg Hankin,  afirmam: “Os votos são voluntários [para fazê-los], públicos, incondicionais, sérios e obrigatórios [para cumpri-los].”[2]

Se os votos são tudo isto e não podem ser quebrados, a palavra que está em Mateus 19:6b (Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.), também não deveria ser quebrada. Mas infelizmente não é isto que tem acontecido. Relacionamentos tem sido desfeitos por motivos banais.

Muitas vezes, alguns cônjuges têm seus casamentos deteriorados de tal forma que um período de separação para receber cura e até proposto por muitos conselheiros. Entretanto, deixar que estas pessoas abandonem a aliança e abracem o contrato, podendo assim entrar em um novo contrato, é simplesmente perpetuar o problema, o que pode acarretar em insegurança, manipulação e co-dependência. Graig Hill afirma que:

“...o novo casamento com uma outra pessoa é como um aborto. Até que haja arrependimento e acordo com Deus, existe sempre aquele sentimento de culpa e condenação no coração.”[3]

Podemos demonstrar biblicamente uma aliança que conforme ordem divina não deveria ter acontecido, [com a história de Josué e os gibeonitas (Js. 9-10)] , que depois de ser feita, teve de ser honrada.

Deus havia ordenado a Josué que destruísse todos os povos cananitas. Era o que estava acontecendo, até que os gibeonitas acometidos de terror, recorreram a Josué dizendo-se um povo muito distante, pedindo assim proteção. Josué então fez uma aliança com estes homens e consequentemente com este povo. Apesar de ser uma aliança estabelecida através de fraude e engano, os Israelitas entendiam o valor da aliança diante de Deus e então tiveram que honrá-la (II Sm. 21: 1-6).

Podemos ver todo o casamento onde Deus não foi honrado com a obediência, como a aliança feita com os gibeonitas; não deveria ter acontecido. Por isto, arrependimento e perdão pelo pecado do divórcio, do novo casamento e do casamento sem Cristo devem ocorrer. Todavia, uma vez que se fez um novo compromisso, este também não deve ser quebrado (evitando uma sucessão de erros). É necessário contudo, buscar entendimento do real significado da aliança, havendo uma renovação de mente. A transformação de mente é vital para a vida em santidade no cumprir das ordens divinas. “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Romanos 12:2 (NVI)

Josué compreendia este conceito de aliança de tal maneira que além de preservar os gibeonitas, ainda os ajudou contra os seus inimigos. E Deus honrou esta aliança de tal forma que seu povo escolhido foi posto em risco em prol da segurança dos gibeonitas.



[1] Graig HILL, Casamento: Contrato ou Aliança, p.1
[2] Lee e Peg HANKIN, Casamento: Como Fazê-lo Funcionar, p. 29
[3] Graig HILL, op.Cit.,p.47

Breve Panorama de Missões na Perspectiva Reformada (Parte II).

             


                                      Vamos então abordar os pontos anteriormente falados.
1.       A missão é temporal.
Toda missão dura até que Deus ponha a cabo seu plano redentivo e sua obra seja consumada e seu reino estabelecido.  A missão da igreja é sempre derivada e nunca supra. Nossa missão como corpo de Cristo deve sempre estar em consonância com sua vontade. Sendo assim a missão nasce nos propósitos eternos de Deus como o meio pela qual o mundo conhecera a revelação dada por Ele.
A está missão temporal cabe:
1.1. Ser submissa ao seu Senhor.
Não há missão genuinamente cristã quando essa caminha em direção antagônica a de Deus. Toda a capacitação dada no pentecoste para que a igreja seja testemunha a partir de Jerusalém, só encontra real propósito quando essa se coloca em seu devido lugar, de serva de Cristo.  Em ser submissa a igreja reconhece que não consegue andar por si só, ela necessita do sustento diário de seu Senhor. A igreja também reconhece que não direciona seus próprios passos, ela, é  usada por Deus segundo seu soberano propósito, a fazendo ir onde quer que Ele deseje.

Não é incomum no campo missionário encontrarmos missionários frustrados por não atingir seu objetivo de entrada em alguma nação, para a qual ele se dedicou anos e construiu todo um projeto. Na verdade a frustração é humanamente compreensível, mas, não cabe a nós guiarmos nossos próprios passos. Deus usa o que Ele quer para nos levar ao lugar onde Ele quer que estejamos. Um exemplo disso é: Deus pode usar um imenso amor a África que um determinado cristão tem, para o despertar a causa missionária, mas, ele pode nunca pisar seus pés na África. Cabendo a Deus frustrar os planos humanos e nos levando a cumprir nosso chamado em qualquer lugar onde estejamos.

Em suma, a Igreja reconhece a autoridade Divina como condutora de suas ações e se move na direção da chamada de seu Senhor. Não havendo prazer maior do que servir com zelo e entendimento ao Deus que tudo realiza em nós, através de nós e apesar de nós. Nossa visão limitada não frustrará os planos de Deus, mas, Deus pode frustrar nossos sonhos e projetos para nos fazer submissos inteiramente ao seu querer.
1.2. Manifestar a reconciliação pelo sangue do Cordeiro nesse tempo.
A questão do tempo é fundamental para o entendimento da Missão como Temporal. Com isso estamos dizendo que a Missão Proclamatória das obras de Cristo e a salvação exclusiva por sua graça, tem um tempo determinado. Os discípulos receberam do Senhor a missão, mas no texto de Atos 1:11 eles foram alertados: “... Varões galileus, por que ficais aí olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi elevado para o céu, há de vir assim como para o céu o vistes subir.” A volta de Cristo tem seu tempo determinado e entre sua primeira vinda e sua segunda vinda a igreja inicia sua jornada de caminhar com Cristo, levando outros ao conhecimento de Cristo para que os que o Pai chamou venham a reconciliação pelo seu sacrifício vicário (sangue).

O evangelho então deve ser anunciado até que, Ele venha. Mas, não devemos proclamar qualquer evangelho e sim o evangelho da reconciliação. É necessário nesse tempo tão influenciado pelo humanismo, e não digo isso, somente fora dos ditames eclesiásticos, mas, principalmente para dentro das estruturas denominacionais. Estes estão cegamente acreditando que o homem controla a vinda de Cristo através de sua ação ou de sua omissão.
1.3. Pregar fielmente o evangelho.

A questão não é simplesmente proclamatória de qualquer forma, jeito e conteúdo. Nesta tarefa missional o mundo deve saber sobre o verdadeiro evangelho. Pregar o evangelho todo de forma que o homem possa compreende-lo. Caso haja conversão, que haja conversão ao verdadeiro evangelho e a totalidade do evangelho, se não houver conversão que haja condenação mediante o entendimento e a negação da mensagem genuína do evangelho.