ALIANÇA
A aliança é o
símbolo conjugal mais antigo e universal que nós temos em relação ao casamento.
Este costume surgiu com os povos antigos que primeiramente quebravam uma moeda
ao meio onde cada cônjuge ficava com uma parte da moeda como sinal de
compromisso. Posteriormente, os romanos e os gregos começaram a usar a aliança,
um anel, como a que se conhece hoje.
Uma curiosidade
interessante acerca destes povos é que eles usavam a aliança na mão esquerda,
que por considerá-la inferior, (quase todos eram destros), era como um sinal de
submissão e obediência. E usavam no dedo anular, porque criam que ele possuía
uma pequena artéria que era ligada ao coração, fazendo deste o dedo mais
apropriado para ostentar um compromisso de amor.
Entretanto, a aliança
que queremos abordar não é apenas este símbolo de metal que se carrega nos
dedos, mas o conceito bíblico de casamento, que é o de aliança irrevogável, o
acordo mais íntimo, profundo e duradouro que a humanidade já conheceu.
Na Bíblia existem
muitos exemplos de alianças de Deus, como a aliança Edênica (Gn.1:26-28); a
aliança com Adão (Gn. 3:15), a aliança com Noé ( Gn. 6: 5-9); a aliança com
Abraão (Gn. 15: 4-18); a aliança com Moisés (Ex. 19: 5-25); a aliança da
Palestina (Dt. 8, 28-30); a aliança com Davi (II Sm. 7: 5-16); e principalmente
a nova aliança feita por Jesus (Jr.31:31-34; Mt. 26:28), quando Ele tomou sobre
si a punição pela quebra da aliança do homem, e atribuiu aos seus escolhidos um
compromisso de aliança irrevogável e indissolúvel. Este conceito é também
defendido por Graig Hill, que distingue aliança de contrato:
“O conceito de aliança, portanto, é um
compromisso unilateral, irrevogável, indissolúvel, válido pelo menos até a
morte. A aliança não depende do desempenho de nenhuma das partes (...). Um
contrato é um acordo bilateral entre duas pessoas, totalmente dependente do
desempenho do acordo.” [1]
Isto significa que
na aliança, mesmo que uma das partes falhe, a aliança não é interrompida. Isto
não acontece com o contrato, pois se uma parte falha, a outra não tem
nenhuma obrigação de cumprir seu
compromisso pelos próprios termos do contrato.
A Bíblia denomina
o casamento como um relacionamento de aliança, como está escrito em Malaquias
2: 14a “ Porque o Senhor foi testemunha
da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade.”
Quando as pessoas
se casam, elas entram no sistema criado por Deus que é o casamento (aliança),
independentemente de onde foi realizada a cerimônia (nas diversas religiões ou se houve ou não
cerimônia religiosa). Quando duas pessoas passam a coabitarem entram no sistema
de Deus que é o casamento, ainda que Deus não tenha sido o motivo central dessa
aliança e nem seus princípios obedecidos pelos cônjuges. A própria cerimônia é
expressa por promessas de compromissos feitas um ao outro; com palavra que
incluem: amor, honra, devoção, cuidado e submissão. E também por termos como:
na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, na alegria ou na dor, sendo
que a duração desta aliança é até que a morte os separe.
Essas promessas
podem ser definidas como votos. E a Bíblia é bem clara a respeito de se fazer
votos: “Melhor é que não votes do que
votes e não cumpras” (Ec. 5:5). Lee e Peg Hankin, afirmam: “Os
votos são voluntários [para fazê-los], públicos, incondicionais, sérios e
obrigatórios [para cumpri-los].”[2]
Se os votos são
tudo isto e não podem ser quebrados, a palavra que está em Mateus 19:6b
(Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.), também não deveria ser
quebrada. Mas infelizmente não é isto que tem acontecido. Relacionamentos tem
sido desfeitos por motivos banais.
Muitas vezes,
alguns cônjuges têm seus casamentos deteriorados de tal forma que um período de
separação para receber cura e até proposto por muitos conselheiros. Entretanto,
deixar que estas pessoas abandonem a aliança e abracem o contrato, podendo
assim entrar em um novo contrato, é simplesmente perpetuar o problema, o que
pode acarretar em insegurança, manipulação e co-dependência. Graig Hill afirma
que:
“...o novo casamento com uma outra
pessoa é como um aborto. Até que haja arrependimento e acordo com Deus, existe
sempre aquele sentimento de culpa e condenação no coração.”[3]
Podemos demonstrar
biblicamente uma aliança que conforme ordem divina não deveria ter acontecido,
[com a história de Josué e os gibeonitas (Js. 9-10)] , que depois de ser feita,
teve de ser honrada.
Deus havia
ordenado a Josué que destruísse todos os povos cananitas. Era o que estava
acontecendo, até que os gibeonitas acometidos de terror, recorreram a Josué
dizendo-se um povo muito distante, pedindo assim proteção. Josué então fez uma
aliança com estes homens e consequentemente com este povo. Apesar de ser uma
aliança estabelecida através de fraude e engano, os Israelitas entendiam o
valor da aliança diante de Deus e então tiveram que honrá-la (II Sm. 21: 1-6).
Podemos ver todo o
casamento onde Deus não foi honrado com a obediência, como a aliança feita com
os gibeonitas; não deveria ter acontecido. Por isto, arrependimento e perdão
pelo pecado do divórcio, do novo casamento e do casamento sem Cristo devem
ocorrer. Todavia, uma vez que se fez um novo compromisso, este também não deve
ser quebrado (evitando uma sucessão de erros). É necessário contudo, buscar
entendimento do real significado da aliança, havendo uma renovação de mente. A
transformação de mente é vital para a vida em santidade no cumprir das ordens
divinas. “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela
renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a
boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Romanos 12:2 (NVI)
Josué compreendia
este conceito de aliança de tal maneira que além de preservar os gibeonitas,
ainda os ajudou contra os seus inimigos. E Deus honrou esta aliança de tal
forma que seu povo escolhido foi posto em risco em prol da segurança dos
gibeonitas.
Somente por meio de Cristo conseguimos manter a Aliança, porque somos fracos, volúveis, inconstantes...somente através do Deus imutável podemos nos manter fiéis tanto no casamento como na vida cristã...porque dele,e por meio dele, e para Ele são todas as coisas! (Rm 11.36)
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