“No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra”. Carlos D. de Andrade.
A vida cristã não deve ser medida fora das escrituras e sim unicamente por ela, mas, o poema supra citado é tão inevitável para reforçar o assunto que resolvi utiliza-lo em toda a sua complexidade dialética. Para o discípulo de Cristo a vida não mais tem valor fora das marcas que o identificam com o seu Senhor, o exemplo destas marcas estão bem expressos no sermão do monte, na relação de bem-aventurados. "As marcas da promessas" tão celebrada em louvores, para o discípulo não passa de marcas reais que ele traz em todo o seu ser (corpo e espírito).
Existe um discurso estimulador a fuga dos problemas, prometendo que com o evangelho "paramos de sofrer" (emblema do discurso da IURD). Não é assim para todos os que tiveram um encontro real, mudando assim os seus valores e sepultando o seu Eu em um túmulo sem volta para que se diminua a cada dia o próprio ego e que Cristo seja engrandecido. Há pedras e muitas pedras que não serão removidas tão facilmente e outras não serão removidas de forma alguma, pois o propósito do Senhor é que elas estejam lá, para cumprir um propósito divino.
Em nossos dias a culpa recai sempre em quem tem estes problemas, sofrendo a acusação de falta de fé, mas, não é assim que as escrituras tratam a nossa luta, momentânea. Pela palavra existe um gloriar nas tribulações que só aprendemos quando olhamos para a razão da nossa vocação. Nossa vida entregue ao Senhor, não nos pertence mais, agora reconhecidamente ela serve aquele que a Criou, a sustentou e a manterá viva para testemunhar não só vitórias como também as lutas em que não compartilhamos de vitórias e sim de algemas e açoites.
As tuas algemas testificam a sua postura irredutível diante dos problemas temporais, que não há de se render a nenhuma ameaça, ainda que custe a sua própria vida. Os açoites intimidadores, não lhe servem de pavor, pois a ordem do mestre pulsa bem mais que as dores da surra. Servimos um Cristo que chamou cada discípulo para uma missão especial, especialmente somos chamados a sofrer por amor a Ele, não nos envergonhando de nossa vocação.
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